segunda-feira, 24 de maio de 2010

O mistério do(s) planeta(s)

“Vou mostrando como sou /E vou sendo como posso/Jogando meu corpo no mundo/Andando por todos os cantos/E pela lei natural dos encontros /Eu deixo e recebo um tanto/E passo aos olhos nus ou vestidos de luneta/Passado/presente/Participo sendo o mistério do planeta.”

O homem.
Os homens.
O Planeta. Os mistérios.
O mundo/Os mundos.
Cada ser com seu mistério. Cada qual em seu mundo. Cada homem em seu mundo misterioso. Mundo construído de vontades, paixões, tristezas, decepções, aprendizado, imaginação, compreensão, introspecção, abraços, sorrisos e lágrimas.
Os denominados ‘Homo Sapiens’, os mais desenvolvidos dos animais. Os pensadores.Os mais contraditórios.Constroem e destroem.
Sociais por natureza. Constroem famílias. Sociedades. Seus próprios mundos. E se tornam assim anti-sociais. Cada um dentro do seu espaço. Não compartilham suas angústias, tampouco seus sorrisos. O Homem sábio decidiu ser um sábio só. Um sábio dentro do seu mundo particular. Movidos apenas pelo tempo e as leis impostas pela sociedade.
A sós em sociedade. Sociedade formada por inúmeros mundos particulares. E cada vez mais particulares. Onde há a massificação de idéias e sentimentos. Onde cada um apesar de ter seu próprio mundo é tratado apenas como mais um. Onde se morre apenas mais uma vítima de uma bala perdida. Esquece-se que este, era um mundo inteiro, um mundo de sonhos e desejos.
Procura-se a cada dia descobrir um novo planeta, uma nova estrela, chegar à lua e quem sabe ao sol. Queremos descobrir vida fora da Terra. Investimos toda a nossa sabedoria em equipamentos que possam nos levar a mais lugares, mais rapidamente, a atravessar mares e quem sabe andar sobre as águas.
Procuramos vida em Marte e esquecemos-nos das vidas do nosso planeta Terra. Fechados em nosso mundo procuramos coisas na imensidão do céu quando seria mais fácil apenas olhar ao redor e se deixar permear por outros mundos. Mundos com olhos, bocas, orelhas, pernas. Um mundo com sentimentos, com dores e amores. Um mundo chamado José, Cristina, Ricardo, Abelardo. Um mundo que pensa e sente.
O homo sapiens deveria se reconstruir como mundo. Reconstruir a sociedade como um conjunto de mundos que precisam do contato como combustível ao que chamamos de vida. Precisamos ser sábios a ponto de saber que não precisamos da mais fina tecnologia pra se chegar mais rápido ao nosso destino. Destino esse que nem sabemos se realmente existe. Precisamos nos distrair nessa caminhada, observando mundos, permitindo a invasão positiva dos mesmos para assim construir o nosso mundo com menos velocidade e mais intensidade. Já não mais na nossa particularidade, mas em conjunto.
Aprendendo com todos os seres.
Com o silêncio dos peixes,
Com a liberdade dos pássaros,
Com a ousadia de um rato,
Com a inocência de um pato.
Aprender também com todas as situações.
Fazer do risco uma oportunidade pra se arriscar.
E pra gritar.
Fazer da janela um livro.
Da chuva uma cachoeira.
De braços um travesseiro.
Abrace mundos e permita-se ser abraçado.
Vá à padaria e sorria pras pessoas na rua. Descubra seu mundo mesmo que imaginado.

( Tom Jobim – expôs seu mundo, abrigou mundos,construiu e se reconstruiu,rodeado dos mais belos e densos mundos,se permitiu e nunca mentiu :
“Fundamental é mesmo o amor,
É impossível ser feliz sozinho...” )

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