quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre o amor.

Todo amor é cíclico, de fases, como a lua.
Todo amor morre, todo amor mata
Todo amor tem cios, como a natureza,
Como as fêmeas, como a terra.
Todo amor começa e encerra.
Todo amor tem alma, tem pele, tem cor,
Todo amor inala e exala, amor.
Precisa de cuidados, de versos, de estrelas,
De contos, de surpresas, de sereias.
De sanidade, de sair às ruas, de se atrever,
De ser Cervantes, Neruda, Picasso.
Todo amor antes é pedaço.
Todo amor conspira, delira, vagueia.
Todo amor comunga, tem fé, Santa Ceia,
Tem brilho profundo, sem fundo, maré cheia.
Todo amor é improviso, é sem aviso, é fato.
Todo amor é inexato, é todo, é tato.
É convulsão, confusão, extrapola a medida,
Todo amor é chegada e partida
Todo amor é intuição, carinho, doação,
É caminho, é espinho, é infusão
É mais que um, é comum.
E ao mesmo tempo é solidão.
Todo amor é sagrado, é bendito, é bem-feito,
Todo amor é pródigo, é filho, é pai, é perfeito
É congruente, inerente, é transparente, é a razão,
De sermos, de vivermos, é de Deus, é coração.

Tonho França

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