terça-feira, 31 de agosto de 2010

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Eis que da prateleira mais alta desaba um livro dos mais raros.
Caiu fechado.Machucou os que estavam ao redor.
Trazia uma história cheia de vida e alegria.Carregava consigo uma grande carga.E ensinava muito acima de tudo.
Tinha sua própria linguagem e dentro de si trazia rimas,longas estrofes de sofrimento silencioso,mas com fé e esperança a cada linha de sua mais pura poesia.
Belíssimas páginas escolhidas a dedo.
Era feliz e mais ainda FAZIA FELIZ.

Ficaram lembranças,dores da saudade..mas quem permaneceu ali até o fim percebeu quando o livro bateu asas pra longe mostrando sua verdadeira identidade.

Meu coração está de luto.

Meu coração está de luto,
assim como meus olhos,boca e alma.
A fonte de minhas lágrimas secou e as que caíram evaporavam na forma de amor.
Dor vaporizada.
Palavras são ditas entre dentes.
É quando a memória se torna sua maior inimiga.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre o amor.

Todo amor é cíclico, de fases, como a lua.
Todo amor morre, todo amor mata
Todo amor tem cios, como a natureza,
Como as fêmeas, como a terra.
Todo amor começa e encerra.
Todo amor tem alma, tem pele, tem cor,
Todo amor inala e exala, amor.
Precisa de cuidados, de versos, de estrelas,
De contos, de surpresas, de sereias.
De sanidade, de sair às ruas, de se atrever,
De ser Cervantes, Neruda, Picasso.
Todo amor antes é pedaço.
Todo amor conspira, delira, vagueia.
Todo amor comunga, tem fé, Santa Ceia,
Tem brilho profundo, sem fundo, maré cheia.
Todo amor é improviso, é sem aviso, é fato.
Todo amor é inexato, é todo, é tato.
É convulsão, confusão, extrapola a medida,
Todo amor é chegada e partida
Todo amor é intuição, carinho, doação,
É caminho, é espinho, é infusão
É mais que um, é comum.
E ao mesmo tempo é solidão.
Todo amor é sagrado, é bendito, é bem-feito,
Todo amor é pródigo, é filho, é pai, é perfeito
É congruente, inerente, é transparente, é a razão,
De sermos, de vivermos, é de Deus, é coração.

Tonho França

domingo, 15 de agosto de 2010

Quem sou eu no frio?
Um corpo envolto por panos
à procura de calor humano.
Sou dedos,lábios e unhas roxas.
Da cor do frio.
Da cor da morte.
Sou sonhos enrolados em cobertas.
Sou o café quente na padaria.
Sou aquilo que me aquece.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

a minha última cerveja.
na noite sozinha.
de um sábado quase feliz.de faxina.de conversa.de companhia.
de uma felicidade de existir.porque morrer tá muito próximo,é inesperado,é morte.
eu só queria um cigarro.
Talves ele mate mais rápido,mas ao menos
eu morreria feliz.
São Paulo dos sonhos, sem sono,dos sons,dos socos.
são Paulo dos sambas,dos pandeiros,dos assaltos,dos tiros.
e por que é que eu sinto saudade?
da companhia,do barulho.
de onde?
São Paulo da poluição e das cores.
da minha são paulo.
bons e maus bocados..de que?
já nem me lembro.
Borboleta negra de poluição.Casulo frágil.Mas sendo borboleta,sendo assim livre.